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O nono conto da colecção, de Manuel Jorge Marmelo, é As saudades que tenho de Inácia. Nunca li nada do autor, pelo que não tenho ponto de comparação ou conhecimento do seu estilo pessoal e temática habitual, mas posso dizer que, depois de ler isto, fiquei totalmente desinteressado. O texto não tem uma história ou um enredo, limita-se a dactilografar os pensamentos de um homem que tem saudades do sexo com Inácia. Gosto que o autor não tema usar calão e ir directo ao ponto enquanto descreve a mulher ou o que a personagem gostava que ela fizesse na cama. Mas convém que isto seja uma base para nos transmitir algo, e não nos pareça somente que estamos a ouvir um velho no café a falar com os amigos por entre cerveja e tremoços. Neste caso, não passou disso. Há duas mensagens principais que podemos encontrar nesta leitura, ambas entregues de bandeja pelo narrador: as aparências iludem ("quem vê caras não vê corações", "não julgues um livro pela capa", "nem tudo o que reluz é ouro" ou outra variação) e as memórias enganam, no sentido em que ao longo do tempo nos convencemos que nos lembramos de coisas que podem estar somente a ser fabricadas pela nossa mente para corresponder a uma ou outra ideia. Não é uma leitura agradável, não é interessante, não traz novidade.
Os meus comentários a todos os contos da colecção estão publicados no meu blog.