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O conto de Patrícia Portela é tão fiel como possível ao seu título: é um monólogo de um homem que acaba por esboçar um possível planeamento duma provável viagem ao Oriente. O homem fala, fala, fala sem parar, sempre a saltar de uma decisão para outra, à medida que pondera quais as preparações necessárias para levar cada plano a cabo. Faz lembrar um pródromo de uma crise de ansiedade, em que a mente da pessoa parece voar de problema em problema, de questiúncula em questiúncula, do futuro incerto para o passado que correu mal ou para a insatisfação com o presente, do planeamento de uma tarefa para a auto-comiseração em bola de neve a descer a montanha.
O discurso chama à atenção do leitor não só porque lembra aquela típica hesitação e exagero de preocupação que costumam fazer com que as ideias morram na praia, mas também porque simultâneamente evita o melodrama e acaba por ter mesmo piada em alguns momentos.O ponto negativo foi somente o final que, embora expectável, me pareceu de certa forma demasiado anti-climático para uma leitura de resto tão engraçada e com mais potencial.Pondero ler mais de Patrícia Portela no futuro, dependendo da temática a que se dedica nas suas outras obras.
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